Landmark cobra explicações sobre ambulâncias do Samu paradas e contrato de locação de R$ 70 mil

Vereador cobra explicações sobre o não uso de viaturas novas do Samu. Foto: Reprodução
Vereador cobra explicações sobre o não uso de viaturas novas do Samu. Foto: Reprodução

O vereador Landmark Rios (PT) protocolou nesta sexta-feira (10) ofícios direcionados à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e ao gabinete da prefeita Adriane Lopes, cobrando explicações sobre o não uso das 12 ambulâncias novas doadas pelo Ministério da Saúde ao município de Campo Grande.

A iniciativa ocorre após o Ministério Público Estadual tornar pública a instauração de um inquérito civil para investigar a situação, por meio de edital publicado nesta sexta, em diário oficial. O procedimento investiga por que as ambulâncias permanecem paradas, enquanto o município segue pagando aluguel mensal de viaturas particulares para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

De acordo com o Ministério Público, o inquérito tem como como objetivo “apurar a persistência do uso de ambulâncias locadas pelo Município de Campo Grande, mesmo após a incorporação de 12 ambulâncias doadas pelo Ministério da Saúde”.

O documento detalha que as viaturas foram entregues em duas etapas: seis em dezembro de 2024 e outras seis em abril de 2025, totalizando 12 veículos novos. Ainda assim, a Prefeitura manteve o contrato de locação de ambulâncias firmado em julho de 2024 com a empresa A&G Serviços Médicos Ltda, com valor mensal de R$ 14.295,25 por veículo, representando um gasto superior a R$ 70 mil por mês com cinco viaturas alugadas.

O Relatório de Vistoria nº 83/2025, elaborado pelo assessor técnico da 76ª Promotoria de Justiça de Saúde, constatou que seis ambulâncias novas permanecem paradas desde abril, mesmo emplacadas, seguradas e prontas para uso, o que, segundo o MP, pode levar à deterioração dos veículos.

O MP ressalta que o uso continuado de ambulâncias locadas gera impacto financeiro considerável para o município, em um contexto de contingenciamento orçamentário e contenção de despesas, conforme os Decretos Municipais nº 16.203 e nº 16.400 de 2025.

Além do Ministério Público, a deputada federal Camila Jara (PT), o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) e o Conselho Municipal de Saúde apresentaram representações solicitando apuração dos fatos e providências sobre a gestão da frota do Samu.

Segundo o próprio município informou nos autos, as ambulâncias doadas só seriam incorporadas após o término do contrato de locação, que ocorreu em julho de 2025, e que a utilização dos novos veículos ainda assim dependerá da ampliação das equipes de atendimento, justificativa que o MP decidiu investigar com maior profundidade.

Para o vereador Landmark Rios, a situação representa “um desrespeito ao dinheiro público e à população que depende do Samu”. “Não faz sentido deixar ambulâncias novas paradas enquanto a cidade gasta mais de R$ 70 mil por mês com veículos alugados. Essa é uma questão de gestão, de prioridade e de respeito com o povo que paga imposto”, afirmou.

O parlamentar destacou que já vinha acompanhando o caso e que o gabinete recebeu denúncias sobre a inatividade das ambulâncias doadas. Agora, com o inquérito instaurado, Landmark pretende acompanhar de perto a apuração e reforçar a cobrança de transparência e responsabilidade na gestão da saúde pública. “Enquanto falta medicamento nos postos e o atendimento sofre com falta de estrutura, o que se vê é desperdício e descaso. Nosso mandato vai cobrar respostas claras da Sesau e da prefeita sobre esse absurdo”, completou o vereador.

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