
Na véspera da audiência pública que discutirá a regularização das favelas de Campo Grande, o vereador Landmark Rios (PT) reforçou, nesta quinta-feira (13), o chamado para que moradores das comunidades participem do encontro marcado para amanhã, às 8h, no plenário da Câmara Municipal. O apelo ganhou ainda mais força após as chuvas intensas dos últimos dias, incluindo nesta quinta, que voltaram a alagar barracos e expor, mais uma vez, a vulnerabilidade de milhares de famílias.
Hoje, segundo a Associação das Mulheres de Favelas de Mato Grosso do Sul, cerca de 20 mil famílias vivem em 62 ocupações espalhadas pela Capital. A maioria desses lares é chefiada por mulheres, muitas delas mães solo, que resistem diariamente sem endereço formal, sem drenagem, sem pavimentação e com acessos interrompidos sempre que chove forte. Nas últimas horas, vídeos e relatos enviados pelos moradores mostraram barracos invadidos pela água, telhados cedendo e pessoas tentando salvar o pouco que têm enquanto a lama tomava conta das comunidades.
Ao longo desta semana, Landmark percorreu diversas favelas para reforçar pessoalmente o convite. Ele ouviu relatos de mães, trabalhadores, idosos e jovens que convivem com medo de desabamento, perda de alimentos, incêndios, doenças e falta de atendimento básico. O parlamentar também participou de entrevistas em rádios e portais de notícias, alertando para a falta de política habitacional e para o crescimento acelerado das ocupações urbanas.
Para o vereador, a audiência só fará sentido se as famílias atingidas estiverem presentes e falarem diretamente com as autoridades. “Nada substitui a voz de quem vive essa realidade quando chove e o barraco alaga. Amanhã é o momento de mostrar isso ao poder público, de colocar essa dor na mesa e exigir respostas. A presença dos moradores é essencial, porque nada sobre as favelas pode ser decidido sem a participação de quem vive nelas”, afirmou.
Landmark também destacou que o encontro reunirá representantes da Prefeitura, do Governo do Estado, do Ministério Público, da Defensoria, da CUFA, da Associação das Mulheres de Favelas e de diversas lideranças comunitárias. “É o primeiro passo para transformar dor em política pública. E para isso, a favela precisa estar dentro da Câmara, ocupando o espaço que historicamente sempre lhe foi negado”, completou.



