Diálogo na Câmara supera impasse com a polícia e reforça importância das feiras livres em Campo Grande

Landmark participa de reunião com policiais e feirantes na Câmara Municipal. Foto: Pedro Roque
Landmark participa de reunião com policiais e feirantes na Câmara Municipal. Foto: Pedro Roque

Na manhã desta quinta-feira (18), a Câmara Municipal de Campo Grande sediou uma reunião para tratar da abordagem policial ocorrida durante a Feira Mixturô, na Praça do Peiro no bairro Vilas Boas, no último final de semana. O encontro reuniu parlamentares, representantes da Polícia Militar, da Polícia Militar Ambiental (PMA) e feirantes, com o objetivo de esclarecer os fatos e construir encaminhamentos baseados no diálogo e na cooperação.

O vereador Landmark Rios (PT) participou da reunião, organizada pelo vereador Maycon Nogueira (PP), e reforçou a importância de tratar o episódio como um fato isolado, priorizando o diálogo em busca de soluções que atendam feirantes, moradores e o poder público. “O diálogo sempre é o melhor caminho. Quando as partes se escutam, é possível ajustar, corrigir e avançar sem prejuízo para ninguém. Nosso mandato segue à disposição para ajudar a construir soluções que respeitem os feirantes, os moradores e a lei”, afirmou.

Polícia destaca abertura para ajustes

Durante a reunião, o comandante do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, coronel Emerson de Almeida Vicente, explicou que a atuação policial foi motivada por uma solicitação formal relacionada à perturbação do sossego.

Segundo ele, a Polícia Militar recebe diariamente um grande volume de chamadas com esse tipo de reclamação. “Hoje, cerca de um quarto das ligações que chegam ao 190 são de perturbação do sossego. Nós temos uma frente muito grande de trabalho nessa área”, afirmou.

O coronel avaliou que o episódio na Bom Pastor abriu espaço para um debate mais amplo sobre feiras livres e legislação. “Esse fato motivou a Casa de Leis a discutir parâmetros para empoderar as feiras e criar ferramentas para que a Polícia Militar avalie, de forma preventiva, se os eventos estão dentro dos parâmetros legais”, explicou. Segundo ele, a corporação se colocou à disposição para realizar fiscalizações preventivas, caso os organizadores solicitem, como forma de orientação.

PMA reforça caráter humanizado

O comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar Ambiental, tenente-coronel Diego da Silva Ferreira Rosa, destacou que a corporação revisa constantemente seus protocolos para garantir um atendimento mais humanizado.

“Nós estamos todo o tempo revendo protocolos, de uma maneira que o cidadão sinta o nosso trabalho de forma mais humanizada. Essa mudança é constante”, afirmou. Ele avaliou a reunião como produtiva e ressaltou a importância do retorno da sociedade. “É muito bom conversar com o público e ter o feedback do nosso serviço. Se houver necessidade, faremos readequações”, disse.

O comandante também esclareceu que, no caso da Feira Mixturô, a fiscalização não constatou irregularidades. “A fiscalização da PMA legitima a atividade do fiscalizado. No caso da feira, não foi constatado nenhum ilícito administrativo ou criminal, e ela pode continuar exercendo suas atividades regularmente”, afirmou.

Organizadores avaliam reunião como avanço

A organizadora da Feira Mixturô, Carina Zamboni, avaliou o encontro de forma positiva e destacou a importância da conversa direta com as forças de segurança.

“Eu saio muito satisfeita. Essa conversa foi muito importante para entendermos as formas de abordagem da polícia. Entendemos que foi uma abordagem excessiva, mas também entendemos que a polícia precisa fazer a fiscalização”, afirmou.

Segundo Carina, o desafio é conciliar direitos. “Assim como temos o direito de trabalhar, o morador tem o direito de se sentir incomodado. O que precisamos é chegar a um consenso do que vamos continuar fazendo, porque o intuito é trabalhar em conjunto”, disse.

Ela destacou ainda que a aproximação com os comandos é fundamental para evitar novos problemas. “Essa conversa nos aproximou das polícias, o que é muito importante. Às vezes, antes de uma feira, podemos aferir se está tudo ok, se podemos fazer daquela maneira. A partir de agora, vamos trabalhar outros projetos em parceria com as polícias”, completou.

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