Durante sessão, Landmark pede abertura da “caixa-preta” da saúde em Campo Grande

O vereador Landmark Rios (PT) usou a palavra na Câmara Municipal nesta terça-feira (09) para cobrar a abertura da “caixa-preta da saúde” em Campo Grande. Segundo ele, a falta de medicamentos, insumos e estrutura nas unidades não se justifica diante dos repasses milionários que o município recebe do Governo Federal.

Para simbolizar o pedido, o parlamentar levou ao plenário uma caixa envolvida por papel preto, com várias tiras no interior contendo os principais problemas já identificados nas fiscalizações, como falta de médicos, sumiço de recursos e desabastecimento de medicamentos. A ação chamou atenção dos vereadores e do público presente.

“Tenho visitado e fiscalizado as unidades de saúde de Campo Grande. O que encontrei? Sucateamento, falta de médicos, falta de insumos básicos e até falta de álcool”, relatou.

Dados da Superintendência Regional do Ministério da Saúde apontam que apenas em 2025 já foram destinados mais de R$ 486 milhões à capital, sem que a população perceba melhorias no dia a dia.

Landmark lembrou ainda que trouxe à tona uma denúncia sobre o desvio de R$ 156 milhões no Fundo Municipal de Saúde para pagamento de outras despesas, o que configura indício de desvio de finalidade. Ele também destacou a falta de transparência na aplicação de recursos para medicamentos em 2024. “Foram previstos quase R$ 12 milhões, mas apenas 21% foram pagos. Quase R$ 1 milhão simplesmente desapareceu, e isso explica porque falta remédio básico nas UBSs”, denunciou.

Outro alerta feito pelo parlamentar é de que Campo Grande pode perder um CAPS tipo 3 e uma UBS tipo 4 porque a Prefeitura ainda não teria enviado a ordem de serviço nem o projeto ao Governo Federal. O prazo final é 15 de outubro.

“Por isso, vou oficiar o município, o Ministério Público, o Tribunal de Contas, o Ministério Público de Contas e todas as autoridades competentes para pedir a abertura da caixa-preta da saúde em Campo Grande”, anunciou.

O pedido do vereador ganha força após uma série de fiscalizações recentes. Em visitas às unidades da Vila Carlota, do Tiradentes, do Estrela Dalva e ao Centro de Especialidades Médicas (CEM), Landmark encontrou problemas repetidos: falta de dezenas de medicamentos, câmaras frias quebradas, ausência de insumos básicos e até servidores tendo de usar equipamentos pessoais para atender pacientes.

“Enquanto o governo federal manda dinheiro, a Prefeitura não garante o básico. É um quadro generalizado de falta de gestão, e nosso mandato vai seguir cobrando soluções e denunciando esse descaso com a saúde da nossa cidade”, concluiu o vereador.

Texto: Renan Nucci
Foto: Pedro Roque

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