
O vereador Landmark Rios (PT) encaminhou, nesta sexta-feira (19), ofício à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) cobrando providências e transparência sobre a grave situação dos consultórios odontológicos da rede pública de Campo Grande. A medida foi tomada após denúncias recebidas pelo mandato que relatam um quadro generalizado de compressores quebrados e cadeiras odontológicas paradas em diversas unidades básicas de saúde (UBSs e USFs).
Segundo o levantamento enviado por profissionais da área, ao menos 18 unidades estão com compressores inoperantes, impedindo ou limitando o atendimento odontológico à população. Entre as unidades afetadas estão: CF Nova Lima (que estragou novamente), CF Iracy Coelho (que segue com problemas), USF Caiçara (parada desde dezembro), USF Cohab (desde julho de 2024), USF Paulo Coelho Machado (desde março), UBS Lar do Trabalhador (desde maio), USF Mário Covas (desde março), USF Jardim Botafogo (desde junho), USF Bonança (desde junho), USF Ana Maria do Couto (desde junho), USF Serradinho (desde junho de 2025), USF Vila Corumbá, USF Albino Coimbra, USF Vila Nasser, USF Jockey Club (desde julho), USF São Conrado (desde julho), USF Nova Esperança (desde julho), USF 26 de Agosto (desde agosto) e USF Universitário, onde seis cadeiras funcionam apenas de forma parcial, já que há somente um compressor que suporta três equipamentos ao mesmo tempo.
Ainda segundo os relatos, a USF Estrela Dalva e a USF Coophavila II estariam funcionando, mas, neste último caso, o conserto foi custeado pela associação de moradores, não pela Prefeitura. Há ainda unidades com equipamentos aguardando manutenção, como no Leblon. Profissionais apontam que, com os consultórios parados, a população acaba sendo encaminhada para as UPAs, sobrecarregando os atendimentos de urgência. “Não é de hoje que temos denunciado a grave situação da saúde pública em Campo Grande. Nesta semana o município admitiu que não tinha funcionando sequer um sistema integrado para estoque de medicamentos, o que expõe a incapacidade da gestão de fazer o básico”, afirmou o vereador.
Fiscalizações e denúncias já realizadas
A denúncia sobre a odontologia soma-se a uma série de fiscalizações e cobranças feitas pelo vereador Landmark nas últimas semanas, que constataram um quadro generalizado de problemas na saúde da Capital. Entre as ações já realizadas, destacam-se a denúncia do desaparecimento de mais de 20 mil prontuários do CAPS, caso que pode levar à suspensão de repasses federais; e as fiscalizações em unidades como Vila Carlota, Tiradentes, Estrela Dalva, CEM e Tarumã, onde foram constatadas falhas como falta de medicamentos, compressores quebrados, insumos insuficientes e consultas canceladas por falta de médicos.
As cobranças do mandato de Landmark também se baseiam na denúncia do Conselho Municipal de Saúde, presidido por Jader Vasconcelos, que apontou a falta de transparência e sinalizou para um possível desvio de R$ 156 milhões do Fundo Municipal de Saúde. O caso foi levado ao Ministério Público e outros órgãos de controle. Além disso, a prefeitura recebeu R$ 486 milhões do Governo Federal entre janeiro e agosto de 2025, valor que não se reflete em melhorias nas unidades.
O vereador também tem levantado problemas na contratualização de leitos hospitalares, com hospitais recebendo por pacotes não utilizados enquanto pacientes aguardam em corredores e UPAs, e na baixa adesão a programas federais, como o Nacional de Redução de Filas e o Agora Tem Especialistas.
Para Landmark, não falta recurso, falta gestão e transparência. Landmark reforça que é urgente abrir a “caixa-preta da saúde” e investigar com rigor onde estão sendo aplicados os recursos destinados ao SUS na Capital. “Dinheiro tem. Os repasses do Governo Federal e Estadual estão em dia, então temos que entender o que está sendo feito com estes recursos, porque o atendimento não está chegando na ponta, para quem mais precisa”, concluiu o parlamentar.
Foto: Pedro Roque
Texto: Renan Nucci
Assessoria de Imprensa do Vereador



