
O vereador Landmark Rios (PT) esteve nesta semana na Unidade de Saúde da Família do São Conrado, Pastor Eliseu Feitosa de Alencar, e encontrou um cenário de precariedade que escancara a crise da saúde pública em Campo Grande.
Entre os problemas relatados por servidores e moradores estão a falta de compressor odontológico, quebrado há dois meses, ausência de farmacêutico, o que impede o recebimento de medicamentos controlados, e a carência de dentistas, já que o último concurso para a função ocorreu em 2016. Além disso, médicos enfrentam redução de carga horária e até de salários, comprometendo ainda mais a assistência à população.
Em conversas com moradores, a indignação foi evidente. Um usuário contou que, ao procurar medicação para tratamento psiquiátrico, encontrou apenas parte da lista disponível, sendo obrigado a comprar os remédios que faltavam para não interromper o tratamento. Outro relato veio de uma aposentada de 76 anos, que há quatro anos não consegue retirar remédios básicos para pressão e rins na unidade, precisando custear tudo do próprio bolso. Ela ainda denunciou a constante ausência de médicos, que deixam consultas desmarcadas, colocando pacientes em risco. Casos de agravamento da saúde e até mortes já foram relatados pela comunidade devido à falta de atendimento adequado.
O vereador destacou que a situação do São Conrado se soma a um quadro preocupante em toda a rede. Em visitas recentes à UBS da Vila Carlota, encontrou a falta de 37 medicamentos, compressor de ar inoperante e câmara fria quebrada há mais de um ano; já na USF do Tiradentes, a carência de medicamentos básicos e até de equipamentos para pré-natal obrigava servidores a usarem aparelhos pessoais.
Na Estrela Dalva, a câmara fria voltou a apresentar defeito apenas um mês após o conserto, somando-se à falta de 13 medicamentos e insumos odontológicos. O Centro de Especialidades Médicas (CEM) também apresentou deficiências estruturais e ausência de insumos. Mais recentemente, a fiscalização na UBSF do Jardim Tarumã revelou filas de madrugada, poucas vagas, demora para consultas e falta de medicamentos, deixando pacientes sem atendimento.
Além da realidade das unidades, Landmark vem denunciando graves irregularidades na gestão da saúde. O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Jader Vasconcelos, já apontou a falta de transparência nas contas da Sesau e encaminhou ao Ministério Público denúncia sobre o possível desvio de R$ 156 milhões do Fundo Municipal de Saúde. A cobrança foi reforçada pelo vereador na Câmara, que defende a abertura da “caixa-preta da saúde” para apurar os problemas e garantir que os recursos cheguem a quem mais precisa.
Segundo a Superintendência Regional do Ministério da Saúde, somente entre janeiro e agosto de 2025, Campo Grande recebeu mais de R$ 486 milhões em recursos federais para custeio da saúde, sem contar os repasses do Estado e do próprio município. “Não é falta de dinheiro, é falta de gestão. Enquanto o recurso chega, falta remédio, médico, insumo e até condições básicas para armazenar vacinas. Essa realidade é inaceitável e precisa ser investigada a fundo”, afirmou Landmark.
Foto: Pedro Roque
Renan Nucci
Assessoria de Imprensa do Vereador



